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Com o fim da Eireli, descubra qual o tipo societário que a substitui

 

Em agosto de 2021 foi publicada a Lei nº 14.195/21, responsável por regulamentar um novo ambiente de negócios no Brasil e estabelecer o fim das Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada (Eireli), que foi substituída por uma nova modalidade societária com a chamada Sociedade Limitada Unipessoal (SLU). Se você ainda não conhece a SLU, não se preocupe! Neste artigo especial iremos abordar tudo o que você precisa saber sobre esse tipo societário.

Com a nova lei, já não é mais possível abrir uma empresa no formato Eireli (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada), e as empresas que estavam dentro desse regime societário foram transferidas automaticamente para o regime SLU.

 

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Essa mudança teve como objetivo facilitar a abertura de empresas no Brasil, retirando a exigência de integrar capital social mínimo de 100 salários mínimos para a criação de uma organização empresarial, e também da dispensa da exigência de sócios para a regularização da empresa. Além disso, a regulamentação coloca uma separação entre o patrimônio do empreendedor e o patrimônio da empresa.

A mudança foi bem-vista pelos especialistas do mercado que acreditam que a medida vai fomentar o empreendedorismo, além de reduzir os riscos causados pelas incertezas da economia brasileira.

Como mencionado anteriormente, aqueles que já possuíam uma empresa Eireli não tiveram a necessidade de se preocupar com a mudança, pois o processo de transferência ocorreu de maneira automática, bastando apenas atualizar o cadastro da empresa junto aos bancos e outros locais, já que a razão social mudou para LTDA.

 

Quais as principais características da SLU?

Instituída em 2019, a Sociedade Limitada Unipessoal tem como principais vantagens:

. a dispensa da exigência de sócios para a regularização da empresa;

. separação dos bens do empreendedor dos bens empresariais, protegendo seus recursos pessoais em casos de falências, processos e problemas semelhantes;

. não exigência de apresentação de capital social mínimo, deixando a abertura e a legalização do negócio mais barata e acessível;

. abrangência de todas as atividades econômicas, incluindo as que não são aceitas no MEI;

. permissão para contratar quantos funcionários forem necessários, de acordo com o porte do empreendimento;

. possibilidade de optar pelo Simples Nacional como regime tributário, mas mantendo as opções Lucro Real e Lucro Presumido, caso o empreendedor prefira;

. permissão para que o empreendedor tenha em seu nome, ou participe de mais de uma empresa nesse formato societário, exceto quem já tem seu nome em uma MEI.

 

Para os empreendedores que desejam aproveitar os benefícios da SLU, mas possuem o seu nome ligado a uma MEI, é necessário encerrar o cadastro como Microempreendedor Individual e abrir um novo CNPJ, ou solicitar a migração de regime, em uma tentativa de manter o mesmo número de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.

Para essa tarefa, você pode contar com o suporte de um profissional de contabilidade que, com a sua experiência e expertise, será capaz de ajudá-lo nessa tarefa com mais rapidez e eficiência.

 

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Saiba quais são os 6 principais impostos pagos pelas empresas no Brasil

Faz parte de uma boa administração, lidar com os problemas fiscais da empresa. Esse é um desafio de todo negócio no Brasil, que por muitas vezes é conhecido como o “país dos impostos”. E neste artigo especial, iremos abordar esse tema e apontar quais são os principais impostos pagos pelas empresas no Brasil.

Uma empresa que possui problemas fiscais pode encontrar muitas dificuldades na captação de recursos para o seu desenvolvimento e crescimento, seja por meio da entrada de um sócio estratégico ou para receber recursos de entidades como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou qualquer outra instituição financeira. Além disso, esses problemas podem até impedir a venda do negócio ou o seu fechamento.

 

Conheça os regimes tributários

Antes de saber quais são os principais impostos pagos pelas empresas no Brasil, é importante conhecer os regimes tributários que existem no país. Atualmente, temos três opções, sendo elas: o Simples Nacional, o Lucro Presumido  e o Lucro Real. 

Simples Nacional: é um regime tributário compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização, que tem como objetivo reduzir a burocracia e que é aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte que faturam até R$4,8 milhões por ano, conforme está previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

 

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Lucro Presumido: esse regime tributário é voltado para empresas que faturam até R$ 78 milhões por ano ou R$ 6,5 milhões multiplicados pela quantidade de meses em exercício no ano-calendário, caso a sua empresa tenha sido constituída há menos de um ano.

Lucro Real: já este regime possui uma complexidade maior do que os outros mencionados acima, sendo o seu processo de cálculo do lucro contábil mais longo. Normalmente é destinado para empresas do setor financeiro, empresas que obtiveram lucros e fluxo de capital com origem estrangeira, factoring e empresas com benefícios fiscais como redução ou isenção de impostos.

 

Veja os 6 principais impostos pagos pelas empresas no Brasil

Após conhecer os regimes tributários, saiba quais são os principais impostos pagos pelos empreendedores no Brasil:

Programa de Integração Social PIS/PASEP: imposto pago mensalmente em uma conta no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no nome de cada trabalhador da empresa. Essa contribuição não é deduzida do salário do funcionário.

PIS incidente sobre a receita: é um tributo não cumulativo com alíquota de 1,65% para os contribuintes submetidos à apuração não cumulativa. No entanto, destaca-se que outro percentual pode ser aplicado a depender da forma de apuração das contribuições.

Imposto Sobre Serviços (ISS): este imposto fica sob responsabilidade dos municípios, seja para definir as regras e/ou a isenção. As alíquotas variam entre 2% e 5%.

Contribuição ao INSS: o imposto INSS Patronal é obrigatório e pago mensalmente. Essa contribuição feita pelo empregador permite que o empregado tenha acesso aos benefícios que são oferecidos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), como aposentadoria, auxílio-acidente, auxílio-doença, salário-família, salário-maternidade e pensão por morte.

COFINS: esse é um tributo da esfera federal e que incide sobre a receita bruta das companhias e Pessoas Jurídicas. A alíquota do tributo varia entre 3% e 7,6%.

IRPJ: Imposto de Renda Pessoa Jurídica – um tributo da esfera federal. A maioria das empresas com CNPJ ativo precisam fazer o pagamento do IRPJ.

 

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Redução do IPI – Alíquotas

REDUÇÃO DO IPI – ALÍQUOTAS

O Governo Federal reduziu, por meio de decreto, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 25% para a maioria dos produtos, como automóveis, geladeiras, freezers, máquinas de lavar roupa e secadoras, com exclusão dos cigarros.

Decreto nº 10.979 foi publicado e entrou em vigor nesta sexta-feira (25/02), em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) e de acordo com ele, as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI incidentes sobre os produtos classificados nos códigos relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI, aprovada pelo Decreto nº 8.950, de 29 de dezembro de 2016, e em seus respectivos destaques “Ex”, ficam reduzidas em:

  1. 18,5% (dezoitos inteiros e cinco décimos por cento) para os produtos classificados nos códigos da posição 87.03; e
  2. 25% (vinte e cinco por cento) para os produtos classificados nos demais códigos, exceto para os produtos classificados nos códigos relacionados no Capítulo 24 – Tabaco e seus sucedâneos manufaturados.

As Notas Complementares NC (84-3), NC (87-3), NC (87-4), NC (87-5), NC (87-6) e NC (88-2) da TIPI passam a vigorar conforme redação abaixo:

NC (84-3) – Ficam fixadas nos percentuais indicados as alíquotas referentes aos produtos classificados nos códigos a seguir especificados, observados os índices de eficiência energética:

Código TIPI ÍNDICE DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ALÍQUOTA (%)
8418.10.00 (exceto Ex 01) A 7,5
8418.2 A 7,5
8418.30.00 Ex 01 A 7,5
8418.40.00 Ex 01 A 7,5
8450.11.00 Ex 01 A 7,5
8450.12.00 Ex 01 A 7,5
8450.19.00 Ex 01 A 7,5
8450.20.90 (exceto Ex 01) A 7,5
8451.21.00 Ex 01 A 7,5

 

NC (87-3) – Fica fixada em 6,52% a alíquota relativa aos veículos classificados no código 8703.22.90, com volume de habitáculo, destinado a passageiros e motorista, superior a 6 m³. O enquadramento de veículos nesta Nota Complementar está condicionado à manifestação da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil certificando que o veículo cumpre as exigências nela estabelecidas.

NC (87-4) – Ficam fixadas, nos percentuais abaixo indicados, as alíquotas relativas aos automóveis de passageiros e veículos de uso misto, com motor a álcool ou com motor que utilize alternativa ou simultaneamente gasolina e álcool (flexible fuel engine), classificados nos códigos a seguir especificados:

 

CÓDIGO DA TIPI ALÍQUOTA %
8703.22 8,965
8703.23.10 14,67
8703.23.10 Ex 01 8,965
8703.23.90 14,67
8703.23.90 Ex 01 8,965
8703.24 14,67

 

NC (87-5) – Ficam reduzidas a 12,225% as alíquotas relativas aos veículos, de transmissão manual ou automática, com caixa de transferência, chassis independente da carroçaria, altura livre do solo mínima sob os eixos dianteiro e traseiro de 200 mm, altura livre do solo mínima entre eixos de 300 mm, ângulo de ataque mínimo de 35°, ângulo de saída mínimo de 24°, ângulo de rampa mínimo de 28°, de capacidade de emergebilidade a partir de 500 mm, peso bruto total combinado a partir de 3.000 kg, peso em ordem de marcha máximo de até 3.000 kg, concebidos para aplicação fora de estrada, classificados nos códigos 8703.32.10, 8703.33.10, 8703.50.00 e 8703.70.00.

NC (87-6) – Ficam fixadas, nos percentuais abaixo indicados, as alíquotas relativas aos automóveis de passageiros e veículos de uso misto, classificados nos códigos a seguir especificados:

 

CÓDIGO DA TIPI EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (EE)(MJ/km) MASSA EM ORDEM DE MARCHA (MOM) (kg) ALÍQUOTA (%)
8703.40.00 e

8703.60.00

EE menor ou igual a 1,10 MOM menor ou igual a 1400 7,335
MOM maior que 1400 e menor ou igual a 1700 8,15
MOM maior que 1700 8,965
EE maior que 1,10 e menor ou igual a 1,68 MOM menor ou igual a 1400 9,78
MOM maior que 1400 e menor ou igual a 1700 10,595
MOM maior que 1700 12,225
EE maior que 1,68 MOM menor ou igual a 1400 13,855
MOM maior que 1400 e menor ou igual a 1700 15,485
MOM maior que 1700 16,3
8703.80.00 EE menor ou igual a 0,66 MOM menor ou igual a 1400 5,705
MOM maior que 1400 e menor ou igual a 1700 6,52
MOM maior que 1700 7,335
EE maior que 0,66 e menor ou igual a 1,35 MOM menor ou igual a 1400 8,15
MOM maior que 1400 e menor ou igual a 1700 9,78
MOM maior que 1700 11,41
EE maior que 1,35 MOM menor ou igual a 1400 11,41
MOM maior que 1400 e menor ou igual a 1700 13,04
MOM maior que 1700 14,67

 

ATENÇÃO! Ficam reduzidas em dois pontos percentuais, relativamente à tabela acima, as alíquotas dos veículos com motor a álcool ou com motor que utilize alternativa ou simultaneamente gasolina e álcool (flexible fuel engine) classificados nos códigos 8703.40.00 e 8703.60.00

Para fins de aplicação desta Nota Complementar, consideram-se:

  • Eficiência Energética – EE – níveis de autonomia expressos em quilômetros por litro de combustível (km/l) ou níveis de consumo energético expressos em megajoules por quilômetro (MJ/km), medidos segundo o ciclo de condução combinado descrito na Norma ABNT NBR 7024:2017, versão corrigida em 2017, segundo as instruções normativas complementares do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama para veículos híbridos e elétricos; e
  • Massa em Ordem de Marcha – MOM – estabelecida nos termos da norma ABNT NBR ISO 1176:2006.

NC (88-2) – Ficam reduzidas para 3,75% as alíquotas relativas aos produtos classificados na posição 88.02, quando adquiridos ou arrendados por empresa que explore serviços de táxi-aéreo.

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Nosso time do Departamento Fiscal fica à disposição para esclarecer suas dúvidas!

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Como as sanções à Rússia afetam o comércio internacional do Brasil?

 

Com o endurecimento do conflito no Leste Europeu, novas sanções econômicas foram impostas à Rússia, trazendo implicações diretas e indiretas para diversos setores econômicos do Brasil.

 

PRODUTOS COM MAIOR POTENCIAL DE DESVIO DE COMÉRCIO PARA O BRASIL

Setores que tendem a se beneficiar caso restrições ao comércio com a Rússia sejam elevadas: Petroleiro, Madeireiro, Mineração e Siderúrgicas. Além dos preços do petróleo, dificuldades já estão sendo registradas nas compras da commodity russa, com escassez do produto também podendo favorecer as quantidades exportadas pelo Brasil, beneficiando o segmento de Extração e Refino. 

Exportações de aço e minério de alumínio, especialmente para a Europa; e Ferro Gusa para os Estados Unidos tendem a se elevar. Além disso, se beneficiam através do efeito preço: exportações de madeira serrada, compensada e bruta para os Estados Unidos e Europa.

 

MONITORAMENTO DE SETORES SENSÍVEIS

MINERAÇÃO E SIDERÚRGICA

Diante do receio que a oferta global do minério de ferro possa ser afetada, o preço da tonelada do minério de ferro (MF) no mercado à vista voltou a superar o patamar de US$ 150 (03.02.2022), maior preço desde 31.08.2021. Preço do aço tende a se elevar no curto prazo. 

Outro impacto pode vir por meio da elevação da demanda a favor de produtos brasileiros, tendo em vista as sanções impostas às exportações (aço bruto e semi acabados como placas) da Rússia e os problemas nas cadeias produtivas da Ucrânia.

O alumínio, usado em veículos elétricos e aviões, subiu 1,8%, renovando o patamar recorde de US$ 3.457 a tonelada. A Rússia responde por cerca de 6% do da oferta mundial de alumínio. Por outro lado, a interrupção nos embarques de MF e carvão metalúrgico deve elevar os custos siderúrgicos. 

 

FERTILIZANTES

O Ministério da Indústria e Comércio da Rússia recomendou que os exportadores de fertilizantes do país suspendam os embarques ao exterior até que a situação nos portos se normalize e que sejam garantidas as entregas das cargas. Segundo o Ministério, haveria “sabotagem de empresas de logística estrangeiras para não entregarem produtos russos e alerta que a interrupção no envio de fertilizantes ao exterior pode afetar a segurança no fornecimento de vários países”. 

Avaliações apontam para possível falta de potássio, o que pode afetar a produtividade da agricultura brasileira na próxima safra; fósforo e nitrogênio não devem chegar a sofrer desabastecimento, mas preços tendem a seguir elevados, resultando em aumento de custos e mais alta de preço nos alimentos. 

Sobre a indústria nacional e capacidade de suprir a demanda: A cadeia de fertilizantes encolheu 33% nos últimos 20 anos, enquanto a demanda subiu 400% no período. Com isso, a dependência de importações saiu de 20%, há 20 anos, para os atuais mais de 80% (Embrapa Solos).

 

BEBIDAS

Rússia e Ucrânia são importantes produtores de cevada nas exportações mundiais, ocupando atualmente o segundo e quarto lugar respectivamente. Dessa forma, avalia-se que os preços da cevada apresentem forte elevação nesse período com impactos nos custos das empresas que dependem desse grão para produção. 

Adicionalmente, os custos também devem ser pressionados diante da elevação dos custos logísticos e de frete, que já se encontram em patamares elevados com a pandemia. No que diz respeito especificamente à Ambev, empresa de maior representatividade do mercado cervejeiro do País, 50% da cevada utilizada pela empresa é atendida por meio da produção nacional e outros 50% são importados da Argentina e Uruguai. 

 

TRANSPORTES

A elevação do preço do petróleo tende a pressionar os preços dos combustíveis, com preocupações concentradas no impacto sobre os custos do transporte rodoviário e aéreo. 

No transporte marítimo, o cancelamento de reserva de capacidade para mercadorias russas e o fechamento de portos na Ucrânia estão aumentando as pressões sobre os gargalos logísticos, renovando a desestruturação observada desde o advento da pandemia. Assim, fretes e seguros marítimos estão atingindo cotações recordes em algumas rotas. 

Esse problema é agravado pelos impedimentos de uso do espaço aéreo (Europa ↔Rússia), aumentando os custos das companhias aéreas, os fretes cobrados e o tempo de entrega. No Brasil, portos do Paraná, principal entrada para fertilizantes vindos da Rússia, Ucrânia e Belarus, tendem a ser impactados pela retração nas cargas a granel. Na indústria aeronáutica, preocupa a elevação nos preços do alumínio e a possível escassez de titânio, insumos importantes da indústria.

 

PETRÓLEO

Frente à escalada de preços, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, (OPEP+), decidiu aumentar a oferta de petróleo, ainda que em escala modesta, a partir de abril. Tal movimento, porém, não representa guinada no processo já em curso de elevação gradual da produção, que havia sido fortemente reduzida em resposta à pandemia.

O suprimento adicional da commodity deve se traduzir em alívio, mas avalia-se que será incapaz de alterar as incertezas que têm dado suporte à sustentação de preços, considerando a relevância da produção russa no mundo. Adicionalmente, há relatos na imprensa de que refinarias, principalmente na Europa, têm se recusado a comprar petróleo da Rússia e os bancos têm se negado a financiar embarques, diante de incertezas quanto à implementação de sanções mais significativas no setor (informações de operadores do setor petroleiro e banqueiros). 

O impacto dessas medidas, no entanto, deve ter efeitos limitados pela dependência energética europeia da Rússia. Vale destacar ainda que empresas de transporte marítimo ocidentais estão apreensivas sobre navegar no Mar Negro ao sul da Ucrânia e se defrontam com o aumento nas taxas de seguro para operar perto da zona de guerra. 

 

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

A Petrobras confirmou que vai seguir com o compromisso de manter os preços de combustíveis no Brasil em equilíbrio com o mercado internacional, no entanto, evitará repassar volatilidades externas causadas por eventos conjunturais. Contudo, a defasagem com a paridade internacional se acentuou e, segundo estimativas de mercado, já atinge o R$ 1 no diesel – o maior patamar desde que a empresa começou, em 2016, a vender combustíveis com preços alinhados à paridade de importação. 

Nessa esteira, vale destacar que a estatal está há 49 dias sem mexer nos preços nas refinarias e um novo reajuste deve ser questão de tempo, à medida que o agravamento da guerra na Ucrânia pressiona a cotação da commodity. 

 

GÁS

O preço do gás natural bateu novos recordes na Europa. Os temores em relação ao abastecimento se agravaram com esforços do mercado para evitar exposição à estatal russa Gazprom. Os contratos futuros usados como referência chegaram a subir 60%. Compradores, tradings e operadores de navios continuam receosos em lidar com suprimentos russos.

Danos à infraestrutura da Ucrânia podem interromper o escoamento de gás e as sanções podem eventualmente se estender ao comércio de energia. Por enquanto, os fluxos russos continuam e até aumentaram desde a invasão da Ucrânia. A Europa depende da Rússia para obter cerca de um terço do gás que consome. Qualquer interrupção poderia manter os preços altos por mais tempo, dificultando o reabastecimento dos estoques durante o verão e prolongando a crise de energia. 

Os governos da região estão tentando importar mais GNL, concorrendo com compradores asiáticos, que também começam a reabastecer seus estoques a partir de março. Vale destacar que, no Brasil, o GNL importado supre cerca de 8% da demanda por gás natural, sendo diretamente afetado pelo preço internacional, impactando usinas termelétricas, indústria e pressionando o mercado de distribuição.

 

QUÍMICO

Os custos da indústria química brasileira, que já vinham pressionados pela pandemia de Covid-19, tendem a subir ainda mais com a principal matéria-prima da petroquímica no País, a nafta, um derivado do petróleo. Com o barril de petróleo acima de US$ 110, novo aumento tende a vir nos próximos meses. 

Ainda há muitas incertezas quanto às sanções que serão impostas à Rússia e como isso afetará também o preço do gás natural, que é usado como matéria-prima e energia no setor industrial. Vale destacar que os preços no mercado local já estavam pressionados pela maior demanda para geração de energia elétrica. 

Ainda que pontualmente, diante da ociosidade em alguns segmentos da indústria química local, é possível que a dificuldade de acesso a produtos e insumos importados estimule compras domésticas. Essa instabilidade poderia ajudar a indústria local a elevar a produção, ao menos no curto prazo, mas sem efeito em produtos como fertilizantes.